27/12/2010

26º dia – 31/01/2010 – Domingo

- Uruguaiana – BR a Nova Petrópolis – BR

- 704 km percorridos
- Aproximadamente 8h de viagem

- Consumo: 15,45 km/l

- 4 abastecimentos: (Alegrete – BR; São Gabriel – BR; Cachoeira do Sul – BR; Canoas – BR)
- Hotel: casa da nossa família

A volta ao lar
Muita saudade nos guiava por uma estrada conhecida, um belo dia de sol e muito calor. Até parecia que o calor do Chaco tinha vindo na bagagem. Enfrentamos bastante movimento na estrada. Eram argentinos que entravam e outros que saiam de nosso país. Pegamos um trecho com o asfalto em restauração e raspado que faz a moto se desequilibrar. Foram alguns quilômetros com este tipo de piso e agradeci a Deus quando terminou e que havíamos passado por este trecho são e salvos. Chegando a Alegrete decidimos que ao invés de irmos para a nossa casa em Porto Alegre subiríamos a serra indo até Nova Petrópolis para vermos a nossa família. O Álvaro ligou para o Nino, nosso editor do blog durante a viagem, para avisar da nossa chegada no final da tarde na cidade. E que ficaríamos para jantar na casa do pai deles. Também ligou para minha mãe avisando da nossa chegada e que dormiríamos lá na “pousada” dela. Em São Gabriel almoçamos um belo ala minuta bem a moda brasileira e matamos a saudade do feijão. A cada parada para abastecermos tínhamos também que abastecer o camelbak, pois o calor continuava infernal. Depois de Cachoeira do Sul acredito que foi na altura de Pântano Grande estávamos tão distraídos que somente vimos o pardal depois que havíamos passado por ele. Estamos esperando a multa até hoje, ou a nossa velocidade estava no limite com a tolerância e talvez ela nunca venha. A estrada continuava bastante movimentada e encontramos alguns malucos fazendo ultrapassagens absurdas. Em uma das ocasiões encontramos dois carros, um ao lado do outro, vindo na mesma direção ultrapassando uma fileira de carros e ocupando até a terceira pista que havia no trecho. Parecia que disputavam uma corrida e não estavam preocupados com a sua segurança nem com a dos outros. Os argentinos eram a maioria, oito entre dez carros, viajando em direção a fronteira. Conforme nos aproximávamos de Porto Alegre o coração acelerava. Que bela imagem chegarmos a ponte do lago Guaíba e vermos nossa bela capital, fazia 26 dias que havíamos saído por esta mesma ponte e agora voltávamos depois de passar por três países e termos muitas aventuras e histórias para contar. E o mais importante é que voltávamos são e salvos. Foi uma viagem abençoada. Mas como tínhamos definido, ela não terminava aqui e sim a cem quilômetros adiante, em Nova Petrópolis. Subir a serra foi uma maravilha, pois havia pouco movimento na estrada e a temperatura estava muito agradável. Chegamos a cidade e nossos familiares nos aguardavam com um delicioso chimarrão para comemorarmos o nosso retorno. Estávamos realizados e felizes. Encontramos todos muito bem e os nossos afilhados já haviam crescido bastante nestes dias que estivemos fora. Tomamos um banho, pois o que mais queríamos naquele momento era tirar a roupa de cordura que foi nossa parceira constante nestes dias de viagem. Foi a nossa armadura nos protegendo do sol, do vento, do frio e da chuva e agora também merecia um descanso. Tínhamos muitas histórias para contar. Não terminávamos uma e já emendávamos em outra, muitos risos e olhos arregalados com os desafios que enfrentamos pelas estradas. Teríamos histórias para contar por muitos encontros ainda. Estávamos felizes e realizados por mais uma viagem que planejamos muito e graças a Deus correu tudo bem. Não tivemos problemas com a altitude nem com a alimentação. A moto que é carburada e que nos deixava em dúvida quanto a como se comportaria na altitude, nos surpreendeu positivamente com seu desempenho. Tivemos sorte quanto ao clima que pegamos. Por um triz não pudemos visitar Machu Picchu, nossa meta simbólica e até nisto tivemos sorte. A grande verdade é que a nossa viagem foi abençoada. Mais uma vez o QUARTO membro da equipe nos acompanhou, nos abençoou, nos orientou e nos protegeu. Obrigado Deus por tudo.




2 comentários:

  1. Anônimo4/1/11

    Prezados Álvaro e Adelaide, este é um dos melhores relatos de viagem de moto que já li. Obrigado por compartilhar sua experiência. Com certeza será muito bem aproveitada por quem planeja realizar uma viagem como esta.

    Postei no Viagemdemoto.com um artigo tratando da sua viagem, Espero que não se importem.

    http://www.viagemdemoto.com/2011/01/viagem-de-moto-ate-machu-picchu-peru.html

    Abraços

    Rômulo

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