27/02/2010

2° Dia - 07/01/10 - Quinta-feira

- Federal - AR à Alta Gracia - AR
- 610 km percorridos
- 10 h de viagem
- Consumo: 19,69 km por litro
- 3 abastecimentos (La Picada - AR, San Francisco - AR e Alta Gracia - AR)
- Hotel: La Pousada

Uma noite muito mal dormida primeiro em função de ainda estarmos nos adaptando à viagem, o que nos faz ficar despertos com as emoções iniciais, segundo e principalmente pela péssima cama do hotel. Após o desayuno, fui fazer as verificações e manutenções de praxe: lubrificação da correia e verificação do nível do óleo quando um dos motociclistas de Brasília, Robson, se interessou pela viagem. Conversamos um pouco e lhe presenteamos com um adesivo da viagem, que foi imediatamente colado em sua XT 600. Seguimos com o objetivo de alcançar Alta Gracia. O cansaço que não veio no primeiro dia nos pegou neste segundo dia da expedição. E veio forte fazendo com que o percurso fosse muito cansativo. Estrada monótona, com pequenas cidades, todas com muitas sinaleiras e quebra molas fazendo com que a viagem não rendesse. Interessante que todas as cidades ao longo da ruta são acessadas na sua entrada por uma curva em S, o que me chamou a atenção (talvez um ato pensado que visa à diminuição da velocidade dos veículos que por ela passam = interessante). Senti muito sono no caminho, o que quase causou um acidente, pois por pouco não dormi pilotando. Quando me dei por conta estava em cima de um carro e o reflexo foi de frear com uma mão, mas continuei, involuntariamente, acelerando com a outra. Um pequeno susto que me fez despertar e fez a Catarina gritar alto com o ronco do motor causado pela alta aceleração. Precisei parar em determinado momento e no acostamento, com a cabeça no colo da Adelaide (ela encostada em uma árvore), para dar uma pequena cochilada (de 5 minutos), que foi totalmente reparadora. No caminho passamos ao largo da grande cidade de Paraná e atravessamos o rio de mesmo nome (é aquele mesmo que nasce no Brasil e vira um gigante por estas bandas) pelo túnel subterrâneo que separa Paraná de Santa Fé. Duas interessantes cidades em meio a charcos e alagadiços. Em Santa Fé chamou a atenção a quantidade de árvores e parques, que as margens do rio nos proporcionam belas paisagens. Embora não tenhamos entrado na cidade, percebemos ser bonita e bem cuidada. A região mereceria uma visita (ficará para outra oportunidade).
Assita o vídeo filmado pela Adelaide da travessia desta maravilha da engenharia moderna:
A chegada em Alta Gracia foi pelas 5 horas da tarde. Encontramos um bom hotel, em frente à bonita praça central. Estacionado na calçada (onde teríamos que deixar as motos) uma GS 1.200 e uma VStrom 650, com placas de Indaial, SC. Tomamos um bom banho e como ainda havia tempo, fomos visitar o museu do Che, nosso objetivo nesta cidade (e que nos fez andar muitos quilômetros a mais, pois do contrário iríamos ao norte da Argentina pela região do Chaco), a algumas quadras do hotel. O museu possui uma aura, um espírito do aventureiro. Fotografamos a La Poderosa I e II (a primeira uma bicicleta com que Che viajou vários quilômetros pela região), a segunda uma motocicleta com a qual Che e Alberto Granado empreenderam uma viagem pela América, retratada no filme "Diários de Motocicleta". Valeu muito. Alta Gracia é uma cidade muito simpática, bonita, arborizada e bem cuidada. Com clima seco e agradável aos pés da serra de Córdoba. Local de afluxo turístico, com muitos sítios e casas de veraneio (Está localizada a somente 30 km de Córdoba, depois da capital argentina, a principal e maior cidade deste país). À noite jantamos uma pizza ao forno e visitamos ainda o El Museu de La Estancia Jesuítica de Alta Gracia. Alta Gracia, bem como a região, nos deixou com um gostinho de quero mais. Tarde da noite despencamos na cama do hotel e desmaiamos.

Impressões da navegadora:

Achei a viagem deste dia muita cansativa, pois pegamos muita sinaleira, quebra molas e o sol estava de rachar. Para mim particularmente, viajar com calor é muito desgastante, onde muitas vezes nem o vento consegue amenizar um pouco esta sensação desconfortável. Interfere na tolerância e paciência entre piloto e garupa, pois chegando a Alta Gracia tivemos nosso primeiro estresse da viagem. Ainda bem que já estávamos no destino final daquele dia, mas ainda tinha a função de procurar hotel. Uma vez instalados e com um banho reparador tudo volta ao normal e já podemos rir das aventuras e do susto do dia, onde quase caímos numa esquina de rípio, com uma enorme poça de água e lama em pleno centro da cidade.
Robson, motociclista de Brasília, rumo ao Pacífico e Buenos Aires (Foto: Álvaro com Nikon)
Estacion de Serviço YPF no município de La Picada (Foto: Álvaro com Nikon) 
Paradinha para lanche e descanso (Foto: Álvaro com Nikon) 
Parada para almoço em San Francisco. Péssimo local, com higiene duvidosa (Foto: Álvaro com Nikon)
Chegando ao Túnel do Rio Paraná (Foto: Ádelaide com Nikon)
Túnel Subfluvial Rio Paraná (Foto: Álvaro com Nikon)
Vista da cidade de Paraná. Foto tirada com a moto em movimento (Foto: Adelaide com Samsung)
Vista da cidade de Santa Fé. Foto tirada com a moto em movimento (Foto: Adelaide com Samsung)
Praça Central de Alta Gracia (Foto: Álvaro com Nikon)
Praça Central de Alta Gracia (Foto: Álvaro com Nikon)
Ruas e calçadas arborizadas de Alta Gracia (Foto: Álvaro com Nikon)
Museo Del Che. Na foto o quarto de Ernesto Che Guevara (Foto: Álvaro com Nikon)
Imagem de Che em sua primeira viagem a bordo de La Poderosa I (Foto: Álvaro com Nikon)

La Poderosa I (Foto: Adelaide com Nikon)
La Poderosa II (Foto: Álvaro com Nikon)
Imagens de Che consertando La Poderosa II (Foto: Álvaro com Nikon)
Viagens empreendidas por Che Guevara (Foto: Álvaro com Nikon)

21/02/2010

1° Dia - 06/01/10 - Quarta-feira

- Porto Alegre - BR à Federal - AR
- 870 km percorridos
- 14 h de viagem
- Consumo: 18,65 km por litro
- 4 abastecimentos (Cachoeira do Sul - BR, Rosário do Sul - BR, Paso de Los Libres - AR e Federal - AR)
- Hotel: Gran Hotel Chaná
Acordamos cedo para a viagem, porém mesmo assim nos atrasamos para a saída, coisa que sempre me deixa irritado (não conseguir cumprir com os propósitos infelizmente me deixa irritado = preciso trabalhar melhor esta minha deficiência). Estes atrasos são decorrentes  de problemas na nossa organização, muito em função da correria dos dias finais anteriores a partida, que inclusive postergaram a partida em um dia.
Tivemos como cenários os campos e plantações da BR 290, que para muitos (a maioria) é considerada monótona, mas para mim, um espetáculo peculiar pois vejo muita beleza e natureza neste trecho. Chegamos a Uruguaiana às 17h30min, atravessamos a fronteira e como os trâmites aduaneiros foram rápidos e  tínhamos ainda a luz do dia e estávamos bem fisicamente, resolvemos seguir, pois além de tudo estávamos um dia atrasados em relação ao nosso projeto. No Brasil ainda pegamos chuva forte e inauguramos as capas que funcionaram muito bem (no dia anterior o estado do RS foi surpreendido com a tragédia ocorrida em Agudo, onde uma ponte despencou pelas forças das águas arrastando várias pessoas. Cinco delas, infelizmente morreram). O problema é e foi sempre o calor, questão, aliás, que foi uma constante no decorrer da viagem (como conciliar equipamento de segurança, com conforto em uma viagem de moto??? Esta pergunta me acompanhou durante toda a viagem e ainda me perturba. Vou pesquisar e tentar responder. As roupas de cordura são boas para o frio, mas no calor...!!!! meu amigo...!!!! muito pouco funcionais...).
Chegamos à cidade de Federal (AR), com o sol se pondo e nos brindando com belíssimas imagens. Andamos no território argentino 227,9 km.
Federal é a Capital do Chamamé e está localizada na província de Entre Rios. Cidade pequena, mas simpática.

Notas: Viagem boa, tranqüila. Cansamos menos do que prevíamos. A chuva talvez, ao amenizar um pouco o calor contribuiu para não cansarmos tanto. O Gran hotel Chaná foi uma boa escolha, com bom banho (Cama horrível: a pior de toda a viagem) e bom preço. A vegetação neste trecho da Argentina é plana e seus campos entremeados com pequenas árvores que mais parecem bonsais. Jantamos uma ótima milaneza com purê acompanhados de uma Quilmes em litro, show de bola para comemorarmos o primeiro e excelente dia de viagem. Ainda em Paso de Los Libres (AR), encontramos um jovem casal motociclista de Porto Alegre Leonardo e Tatiana, que a bordo de sua Fazer 250, voltava da cidade de Salta, pelo Chaco Argentino. No hotel, já à noite também encontramos três motociclistas vindos de Brasília que se dirigiam ao litoral Chileno.

Resumo do primeiro dia: ótima sensação de estarmos finalmente na estrada, rumo ao desconhecido.

Impressões da Navegadora:
Ansiosa para pegar a estrada, depois de muito planejamento e com um dia de atraso na saída. Depois de alguns quilômetros rodados finalmente começa a baixar o nível de estresse do piloto, que reclamava de tudo, mas com o convívio de quinze anos sei bem como lidar com estes rompantes. A viagem correu muito bem e a sensação de liberdade surge rapidamente. Era só felicidade estar na estrada sobre duas rodas e com muita beleza por conhecer. Viagem muita tranqüila, sem sustos. Até o policial de Entre Rios que desconfiamos termos problemas foi muito educado, conferiu a documentação que estava em dia e nos desejou boa viagem. O único susto foi meu que levei duas ferroadas de marimbondo na mão direita, uma perto de Uruguaiana e a outra logo depois da fronteira já na Argentina (testes da mãe natureza, mas prefiro a chuva...). Com a mão inchada e um pouco dolorida, começo a treinar a mão esquerda para tirar as fotos e seguimos viagem tranquilamente. Chegamos a Federal com energia para rodarmos mais quilômetros, porém o sol já se deitava na linha do horizonte.
Primeira foto da expedição retratando a moto equipada: 1 Mala de tanque, 1 Baú traseiro GIVI com capacidade para 45 litros (onde adaptamos um rack para prendermos uma mochila), 2 bauletos laterais GIVI E21, com capacidade individual de 21 litros, e 1 mochila Montana impermeável com capacidade para 40 litros (presa ao rack do baú traseiro). Além disto, adaptamos dois "porta trecos" = (clique aqui e veja o post a respeito desta adaptação feitas com canos de PVC): Um no descanso de pedaleira, neste carregamos  ferramentas e manete reserva e outro na lateral oposta ao cano de descarga, onde levamos spray para lubrificação da correia, óleo de motor e câmaras de pneus. (Foto: Álvaro com Nikon).

Foto tirada pelo Sr. Luis, porteiro de nosso prédio (o mesmo que nos fotografou na saída e chegada da Viagem ao Fim do mundo = Ver post clicando aqui), momentos antes da partida da Expedição "NAS ASAS DO CONDOR, uma viagem ao umbigo do mundo" (Foto: Sr Luis com Nikon).

Adelaide guardando as capas de chuva na BR 290, momentos depois da chuva dar uma trégua e ter nos acompanhado por bons quilômetros  (Foto: Álvaro com Samsung).
Ingresso na Ponte Internacional, com a moto em movimento (Foto: Adelaide com Samsung).

Casal Porto Alegrense, Leonardo e Tatiana, com Fazer 250, voltando de Salta (AR). Encontramos em Paso de Los Libres, no posto YPF, ao lado da Imigração.  (Foto: Álvaro com Samsung).

Bela imagem do pôr-do-sol, chegando em Federal, tirada com a moto em movimento (Foto: Adelaide com Samsung).

Jantar: milaneza com purê, comum na Argentina (Foto: Adelaide com Samsung).

Gran Hotel Chaná: Bom banho, bom preço, péssima cama (Foto: Adelaide com Samsung).

Inicio dos relatos da expedição NAS ASAS DO CONDOR

Bom, após um período que resolvemos somente ler (muito), descansar, tomar chimarrão e sonhar com projetos futuros, tudo isto, na bela Garopaba (SC), estamos retomando a rotina com muita força. Vários são os projetos para 2010.
Como prometido, começaremos a partir de hoje a inserir postagens períodicas, na forma de relato, da exepdição "NAS ASAS DO CONDOR, uma viagem ao umbigo do mundo". Também postaremos curiosidades dos locais, sites de ajuda e faremos ao final um consolidado com dados estatísticos da viagem (Consumo de combustível, gastos com a viagem, locais de abastecimento e pouso, enfim). A Navegadora estará relatando as suas impressões sobre cada dia da viagem. Também postaremos dicas do que deu certo e do que não deu certo. Acompanharão as postagens, algumas fotos dos locais por onde passamos e visitamos. A idéia é que este blog possa ser um legado de apoio a futuros viajantes. Tudo será feito com muita calma e aos poucos. Espero que gostem.  

10/02/2010

A força do Rio Urubamba dois dias anteriores as chuvas que assolaram o Peru

Esta filmagem, fizemos no dia que visitamos Machu Picchu (22/01/10), ou seja, dois dias anteriores ao fechamento do sítio histórico em função das fortes e inimpterruptas chuvas, amplamente notíciado no Brasil em função dos transtornos e dos turistas lá retidos. Estávamos em Águas Calientes e a filmagem é do Rio Urubamba, que na ocasião nos impressionou pela força de sua correnteza. É importante lembrar que este é o período de chuvas na região e que via de regra o Rio Urubamba é caudaloso. Mesmo cientes disto, nos pareceu que neste dia, ele estava exageradamente caudaloso = diria até: assustador. Imaginem então este rio ainda engrossado e fortalecido com mais chuva e água. O resultado disto os senhores viram. Até o momento Machu Picchu continua fechado. Assitam o filme:

07/02/2010

Um pouco mais de paciência: logo o blog estará sendo completado

Olá Amigos,
Ainda não tivemos tempo de começar a postar um registro mais detalhado acompanhado de fotografias de nossa viagem.
O fato é que não paramos desde a nossa chegada em Porto Alegre.
Mas não fiquem desapontados, estaremos logo, logo, inciando os trabalhos no blog.

04/02/2010

Homenagem dos colegas da empresa

Olhem que bonita homenagem os colegas da empresa nos proporcionaram. A Conexão é um informativo interno de nossa empresa. O texto é do grande compositor e poeta Flaubiano Lima. Ficamos super lisonjeados com a homenagem e emocionados com o texto. Muito obrigado.

02/02/2010

Gente especial.

Na foto, em primeiro plano, frente a frente, o casal Serra e Manja.
Vários foram os momentos de encantamento, surpresa e exclamação de admiração durante a expedição. Tanto no que se refere ao que víamos (especialmente paisagens), como no que se refere ao que vivíamos. Porém um dos momentos mais marcantes e emocionantes da viagem, foi o de encontrar o casal querido e de um coração do tamanho do mundo, Serra e Manja. Momento bonito e sensível, que ficará gravado em nossa memórias. Nos encontramos na cidade de Puno, onde também tivemos o prazer de conhecer pessoalmente o casal Eliseu e Gládis.
Os casais Serra e Manja, Eliseu e Gládis ainda estão em viagem, porém já retornando para seus lares. Que voltem bem, felizes e com a proteção de Deus, e que logo possamos nos reencontrar, para reviver as emoções de nossas aventuras.
Beijão no coração de vocês.

Especialmente para Dna Ruth e Paulo = Ilhas Flutuantes de Uros

Esta postagem é em homenagem aos amigos Paulo e Ruth, lá da Fazenda Passos, comunidade localizada na cidade gaúcha de Rolante.
Explico:
O Casal é membro atuante da comunidade adventista, que possui um forte núcleo na região de Taquara, Rolante e imediações. Por ocasião do planejamento da viagem, comentamos com o casal os destinos a serem alcançados, entre eles, as ilhas flutuantes de Uros no lago Titicaca. A Dna Ruth, que dias antes havia assitido a um comentário sobre o lago, as ilhas e seu povo, ficou sabendo neste mesmo documentário, que sob as ilhas flutuantes fora erguida uma igreja adventista. Prometi, se caso a encontrasse, ou mesmo a enxergasse, fotografá-la.
Infelizmente a vimos de longe, navegando no lago Titicaca. Mesmo assim conseguimos fotografá-la. A primeira foto, portanto, é da Igreja, localizada em uma das 56 ilhas artificiais (feitas de palha). A igreja é o prédio de cor amarela com telhado de zinco vermelho. Na seqüência postei mais algumas fotos do passeio nas ilhas, que a propósito foi muito bacana e interessantíssimo.

Para saber mais:

Denominam-se Uros as ilhas artificiais sobre as águas do Lago Titicaca, que os nativos bolivianos e peruanos constroem e mantêm para nelas habitar.
A existência dos Uros já se verifica desde a era pré-colombiana, quando um povo homónimo desenvolveu esta forma de habitação tendo em vista maior segurança. Os Uros são feitos à base de totoras e é necessária constante trabalho de manutenção para assegurar a flutuabilidade de tais ilhotas onde os residentes pescam, caçam pássaros e por último exploram o turismo com a venda de artesanato. Fonte: Wikipédia