Seguindo o relato da viagem e os momentos mais tensos:
"Logo que enfrentamos a primeira barreira já relativamente limpa, mas ainda com um rio de lama e pedra passando sobre a estrada, rio este que tivemos que atravessar, e após atravessá-lo com a sensação de alívio de ter superado o pior trecho, alívio este que durou pouco, pois nos aguardava 100 metros após, mais uma barreira ainda maior, com mais lama e água.
Consegui, muito tenso e com todos os músculos do meu corpo em alerta, atravessar também esta segunda. Minha preocupaçao era o piso liso pela lama e as pedras escondidas sob a água. A Adelaide foi a pé, pois se era para eu cair com a moto, que caísse sozinho (para ela também foi uma aventura passar a pé, com a lama correndo acima das canelas e um piso muito liso: ainda bem que estava com botas e roupas impermeáveis apropriadas para estas situaçoes).
Pensando enfim, que estávamos livres, após superarmos estes dois "derrumbes", 5km após este último, mais uma surpresa. Um transbordo de rio que nos fez pegar um desvio. Este desvio com uma lâmina de água sob o asfalto por aproximadamente 1 km. Porém, para o nosso azar, e por nao entendermos a orientaçao do morador local que abordamos, havíamos pego o desvio errado, nos defrontando com um transbordo ainda maior. Tivemos que retornar, atravessar novamente esta lâmina de água sob o asfalto de 1 km, e pegar o desvio correto, quando enfim atravessamos o transbordo (águas atravessando o asfalto com uma altura de aproximadamente 10 a 15 cm em alguns trechos). Enfim, passamos.
No decorrer da "ruta", pequenos desmoronamentos com pedras e alguma terra na pista. Também no caminho, forte correnteza no rio, que margeava a "ruta", famílias na beira da estrada com móveis, lavouras e algumas casas destruídas.
Após este trecho a ruta melhorou e o tempo também. Ao longe, picos nevados na direção da ruta.
Logo adentramos no ponto mais alto do trecho, à 4335 m.a.n.m, completamente nevado, com acúmulo de neve de 30 cm de altura sob os terrenos a margem da ruta. Por sorte o gelo na pista havia derretido (por sinal a pouquissimo tempo, pois ainda vimos parte de sua evaporaçao). Nem em Ushuaia vimos tanta neve. O local era lindo.
Mais a frente, nuvens escuras no horizonte. A chuva, faltando 120 km para o nosso destino, começou forte. Dalí em diante muito frio e chuva.
A última surpresa foi cruzar a caótica cidade Juliaca com chuva: ruas alagadas, o trânsito uma loucura, taxis, buzinas, um caos, sem ordem alguma, valendo a lei do mais louco ( inexplicável o que vimos em Juliaca).
Enfim, enfrentamos um dia de muita adrenalina, porém coroada com a chegada em Puno e o encontro com o casal Serra e Manja, e Eliseu e Gladis, da cidade de Pelotas. Nos hospedamos no mesmo hotel e a noite jantamos com eles, faltando tempo para colocarmos as conversas em dia.
Muito bom encontrá-los."
Veja a localização aproximada de Puno:
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Obs: postado por Nino