03/04/2010

5° dia - 10/01/10 - Domingo

- Salta - AR a Tilcara - AR
- 173,2 km percorridos
- Aproximadamente 4 horas de viagem
- Consumo: 20,72 km / l
- 1 Abastecimento: (Tilcara - AR)
- Hotel: Pousada Los Portillos

O objetivo de hoje era conhecer as crianças mumificadas expostas no MAAM (museu arqueológico Alta Montanha). São três cadáveres de crianças mumificadas, denominadas de crianças de Llullaillaco encontradas em perfeito estado de conservação no vulcão homônimo (6.739 m.s.n.m.) em 1999 e expostas ao público a partir de 2007. Pensávamos que o museu abriria as 9:00hs da manhã, aliás, por orientação de nossos guias. Ao chegarmos na praça central onde localizava-se o museu, uma placa em sua entrada indicava que ele abriria somente as 11:00hs. Muito tarde para as nossas pretensões de viagem naquele dia. Resolvemos seguir. A visita ao MAAM ficará para uma próxima viagem a região, que se Deus permitir ocorrerá. Voltamos para o hostel, arrumamos a moto, abastecemos em um YPF a duas quadras do hotel, local onde também fizemos o desayuno (lembrem: encontramos uma espelunca para dormir, sem café, ruim pra mais de metro, sem nada). Boas médias lunas e um  ótimo café. O proprietário do posto também possui uma Falcon e nos vendo calibrar os pneus já para partir, puxou conversa e fez questão que eu fosse vê-la. Embora estivesse com pressa de pegar a estrada, me comovi com o orgulho deste argentino com sua Falcon e o acompanhei. Muito simpático, ainda nos deu um mapa para nos orientar na saída de Salta. Seguimos viagem com o objetivo de conhecer a famosa Ruta 9, via de aproximadamente 60 km, que separa Salta de San Salvador de Jujuy, cuja largura não ultrapassa 3 metros, ou seja, somente um carro ocupa toda a pista. Esta ruta serpenteia montanhas e além de estreita e de estar localizada em meio a uma densa floresta, possui nas suas extremidades grandes desfiladeiros e muitas curvas fechadas. É linda, mas exige extremo cuidado de quem a percorre de motocicleta. Atravessamos o trecho com muito cuidado e não ultrapassando os 60 km/h. Graças a Deus, tudo ocorreu bem, diferente de algumas histórias que ouvimos de outros motociclistas que tiveram sua viagem terminada neste trecho, por serem jogados para fora por carros em sentido contrário. Vencida esta etapa, logo passávamos por Jujuy, última grande cidade do norte argentino. Embora não programado estávamos curiosos para conhecer a ruína de Tilcara, localizada na cidade de mesmo nome. Ela fica a 20 km da ruta que nos levaria a Susques. Um trecho muito bonito, com montanhas e paisagens exuberantes, estávamos ingressando na conhecida quebrada de Humauaca. Em Tilcara paramos no único posto da cidade. Notei alguns motociclistas também abastecendo. Como não poderia ser diferente o papo e a identificação logo rolou. Conhecemos ali o Adão, proprietário da empresa Adão metais e Acessórios que junto com sua esposa e mais dois motociclistas argentinos (um deles morando a muito tempo em São Paulo), viajavam pelo norte argentino, e já estavam em rota de retorno. Combinamos almoçar juntos. Encontramos um ótimo restaurante e lá conhecemos as empanadas argentinas (ÓTIMAS). A conversa foi muito agradável, porém terminado o almoço era hora de cada um seguir o seu caminho. Como sempre promessas de contato (que na maioria das vezes não ocorre) e resolvemos procurar uma pousada. Encontramos uma ótima. Pela primeira vez na viagem chegamos cedo ao local e pudemos curtir a cidade, muito simpática e já se transformando em um paraíso dos mochileiros. Descarregamos, tomamos um bom banho, vestimos  bermudas, roupas leves e fomos conhecer a ruína da fortaleza de Tilcara. Outro local surpreendente em meio a uma paisagem exuberante. É fantástico imaginar como estas populações viviam em meio a esta paisagem tão inóspita. O Clima como sempre, embora com sol forte, era agradável, com pouca umidade e uma leve brisa = Sinônimo para mim de saúde. Visitamos a fortaleza e após, já noite, a praça central da pequena e de ruas estreitas, Tilcara. Jantamos mais uma vez empanadas, regadas a uma Salta de litro e voltamos para nossa simpática pousada para o descanso dos justos.

Notas: Dia agradabilíssimo. Viagem curta, gostosa, com paisagens surpreendentes. Sensação de bem estar. Conhecemos pessoas legais e locais maravilhosos. Tudo foi ótimo.

Resumo do quinto dia: Como é bom viajar de moto e comer empanadas.

Impressões da navegadora:

Um dia totalmente diferente do programado, mas ótimo! Primeiro um sentimento de decepção por não visitar o museu em Salta, pois no site oficial consta o horário de visitação a partir das nove da manhã. Pensei comigo, tanto tempo dedicado pesquisando, para fecharmos o cronograma da viagem nos dias corretos para as visitações pretendidas e o primeiro já deu zebra... Deixei para trás este sentimento, pois Deus escreve certo por linhas tortas, não? Como esperar duas horas para iniciar a visita atrasaria nosso objetivo de chegar a Susques naquele dia, resolvemos seguir viagem e prometendo retornar em outra oportunidade. Pegaríamos a autopista rumo a Jujuy, com alguns quilômetros a mais que a Ruta 9, porém mais rápida. Paramos no posto de combustíveis e o proprietário do mesmo nos convence a pegar a ruta 9 que neste horário ainda não pegaríamos movimento e seria um passeio muito mais agradável. Não queria seguir por esta estrada por ser muito estreita e sinuosa, mas como ele garantiu que valeria a pena resolvemos ariscar. Paisagens muito bonitas, mas foram 60 km de tensão para mim. Graças a Deus havia pouco movimento naquele horário, como nos garantiu o amigo argentino, pois quando vinha um carro em sentido contrário me dava um frio na barriga. Os carros não abrem espaço para as motos e passam tirando fininho da gente e do outro lado um precipício sem guard rail, muitas curvas fechadas e estreitas. Respirei aliviada com o término da serra, pois seguido dava uma espiada no odômetro para ver quanto ainda faltava para viajarmos novamente por uma pista normal. Em Tilcara abastecemos e conhecemos pessoas muito bacanas, com boas histórias para contar. Uma conversa gostosa que rolou durante o almoço, tanto que as horas passaram rápido e resolvemos pernoitar na cidade o que não estava na nossa programação. Era tarde para seguirmos a Susques e como a altitude daqui em diante subiria muito, achamos mais prudente seguirmos viagem na manhã do dia seguinte. Resolvemos curtir a bela Tilcara, sem pressa. Bonita e com belas histórias para contar. Compramos nossas primeiras folhas de coca, na feira de artesanato no centro da cidade, já à noite. Com as instruções de como fazer a correta utilização delas, fizemos nosso primeiro teste assim que chegamos ao hostel. Curiosa, coloquei duas folhas entre a bochecha e os dentes e esperei... Não senti nada diferente, somente um gosto parecido com chá verde que é produzido pela ação da saliva na folhas. O piloto, porém relatou uma leve dormência na língua. Senti-me tranqüila para seguir viagem fazendo o uso das folhas que amenizam o mal da altitude, sabendo que não teríamos nenhuma reação surpresa. Teríamos que fazer uso delas por boa parte do trajeto da viagem daqui em diante. Um dia de poucos quilômetros rodados, mas muito agradável.

2 comentários:

  1. Amigos...

    Também adoramos Tilcara... o final de tarde é incrível, não?
    Leio o relato de vcs e me bate uma saudade do Atacama!!!
    Muito legal.. parabéns!
    Pessoas

    ResponderExcluir
  2. agora tb comi as empanadas e as media lunas!!!só que em Rosario.mas os locais da viagem de vcs são lindos!!comecei meu relato do nosso passeio, quero concluir nesse fim de semana!!abração!!

    ResponderExcluir