07/03/2010

3° dia - 08/01/10 - Sexta-feira

- Alta Gracia - AR à Faimallá- AR
- 626,7 km percorridos
- 9 h de viagem
- Consumo: 15,88 km por litro
- 4 abastecimentos (Capilla Del Monte- AR, Quilino - AR, San Antônio de La Paz - AR e Simoca - AR)
- Hotel: Hotel Faimallá
Como o dia anterior havia sido desgastante, acabamos acordando mais tarde do que o normal. Tomamos o desayuno e lá encontramos os dois motociclistas proprietários das motos paradas em frente ao Hotel. Os motociclistas eram Aparecido Chenta, dono da BMW GS1200 e Adilson com  a V-Strom 650, ambos de Indaial (SC). Estavam retornando de uma viagem a região central do Chile. Trocamos adesivos, batemos uma foto e nos despedimos. Cada um seguiria seu destino. Terminada a função da arrumação da tralha, aliás, muita diga-se de passagem, e das checagens rotineiras (lubrificação e verificação do nível do óleo), rumamos novamente ao museu, pois no dia anterior a lojinha de suvenires já estava fechada e eu queria comprar alguma lembrança. Falamos com a administradora, que se lembrou de nós e nos deixou entrar sem custo. Enquanto compramos os adesivos a moto estacionada na frente do museu e carregada, virou atração. Despedimos-nos de Alta Gracia, claro que sem antes nos perdermos na cidade. A falta de um GPS já começava a se comprovar. Seguimos viagem por uma rota que passava por diversas cidades turísticas, bem cuidadas, arborizadas e com campings e pousadas. Porém enfrentamos um trânsito lento e congestionado, pois no percurso diversas sinaleiras e guardas que paravam o trânsito para que os pedestres pudessem atravessar as rodovias. Estas paradas, acompanhadas do sol escaldante foram sofridas, especialmente em função das roupas de cordura. Apesar disto, o dia estava muito agradável para pilotar e a paisagem já começava a se transfigurar. Em Capilla del Monte, um pequeno e simpaticíssimo vilarejo na qual almoçamos um bom sanduíche em um ótimo posto YPF e abastecemos a moto, já mostrava indícios de paisagens desérticas. Pensávamos já estar chegando ao clima atacamenho. Estávamos enganados. A região possui um micro clima desértico. Mais para o norte a paisagem novamente mudou, dando lugar ao verde. Chegamos à noite em Faimallá. Queria poder continuar até Taffi del Valle, nosso destino, mas a Adelaide insitiu para ficarmos por ali. Contrariado acatei. No outro dia percebi o quão acertado foi a decisão, que ,aliás, a navegadora não deixou me esquecer, pois se vingou da minha insistência do dia anterior (mas esta é outro história que será contada no 4° dia da viagem). Em Faimallá, encontramos uma muvuca geral na praça central da cidade, onde encontraríamos um dos dois únicos hotéis. Estava ocorrendo à comemoração de dia del reyes, que é comemorado proporcionando as crianças muitas brincadeiras. A rua de nosso hotel estava fechada. Pedimos permissão às policias que cuidavam do cordão de isolamento para passar e estacionar a moto. Foram muito gentis, nos deixando passar e nos explicando como chegar ao hotel. Estacionei ao lado de outras pequenas motos, que eram muitas nesta cidade. Enquanto cuidava da moto, a Adelaide procurou o hotel. Nos instalamos em um ótimo local, porém a garagem ficava a uma quadra dali. Descarregamos, levei a moto até a garagem, onde o proprietário do hotel estava esperando para me orientar e voltamos a pé. Qual não foi minha surpresa, quando na volta toda a infra-estrutura de brinquedos infláveis já estava desmontada. Em menos de 10 minutos toda a paisagem mudou. Mesmo assim o movimento na cidade era grande com motos correndo para lá e para cá e as pessoas, às vezes, três ou quatro em cima delas, sem capacetes e com os canos de descarga abertos. Jantamos na calçada de um restaurante em frente à praça e a alguns metros do hotel assistindo a toda esta movimentação. Interessante. Gostei de Faimallá e de sua energia. O povo nos tratou muito bem. A janta foi mais uma vez milanesa com purê e salada, acompanhada de uma cerveja de litro. De volta ao hotel, desabamos mais uma vez na cama.
Impressões da Navegadora:
Feliz por pegar a estrada novamente e com o objetivo de visitar o Museu Del Che realizado. Este era o nosso objetivo mais ao sul nesta viagem e agora era hora de mudarmos a direção da moto rumo ao norte. O início da viagem foi bastante lento e o sol nos castigou, mas com o passar das horas e dos quilômetros as nuvens foram aumentando e deixando a viagem mais prazerosa. A cada quilômetro mais montanhas apareciam, porém rodávamos e elas continuavam lá longe. Como saímos mais tarde pela manhã, provavelmente não chegaríamos a nosso destino programado do roteiro. Quando paramos para abastecer em Simoca o sol já estava caindo. O Álvaro pergunta para o frentista se é possível seguir viagem até Taffi Del Valle, mais 97 km, devido o avançar do horário. Ele afirma que sim, pegaríamos serra, mas que seria possível seguir viagem. Eu digo que prefiro pernoitar em Famaillá. Ele quer seguir viagem, eu não gosto muito da idéia. Rodamos mais trinta quilômetros e paramos em um posto de combustíveis na localidade de Monteros para novamente perguntar sobre a possibilidade de seguir viagem, e a opção de hospedagem na cidade ou em Famaillá. A noite cada vez mais próxima, eu afirmo para o piloto que acho mais prudente pernoitarmos em Famaillá, pois lera no guia que era uma estrada muito bonita, mas também perigosa por ter muitas curvas, motivo pelo qual aconselhavam a viagem somente de dia. Ele totalmente contrariado, xingando Deus e o mundo, resolve dar uma volta na Avenida de Monteros atrás de hotel, o que o deixa mais irritado, pois parece uma cidade velha do faroeste. Seguimos até Famaillá, a cidade uma muvuca, motos andando pela contramão e o mau humor do piloto a esta altura do campeonato saindo pelo ladrão. Só pedi a Deus para encontrarmos logo um bom hotel e dar muita paciência ao meu amor. Enquanto procuro, o estresse do piloto vai baixando e depois do banho revigorante já não há mais vestígios da irritação. Eu agradeci a Deus por ter seguido a minha intuição de não seguir viagem, pois era algo que estava me angustiando.

5 comentários:

  1. Oi, Alvaro e Adelaide! Estamos voltando das férias, ainda arrumando as tralhas. Vamos ver se a gente marca aquele encontro de troca de adesivos, hehehe! Poxa, descemos essa serra que tem ao sul de Tafí del Valle na RP 307! É muito sinuosa e estreita a estrada. É incrível a mata que se percorre ao longo do vale do rio Los Sosa. Realmente fazer este trajeto à noite seria muito perigoso e perderia-se a vista. Acredito que daqui para o norte vocês só encontrariam matas verdejantes somente no Peru?! Foi um grande ponto para a navegadora, hehehe!
    Abração para os dois!

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  2. Adilson Geisler8/5/10

    salve salve casal motoviageiros! foi um imenso prazer em conhecer vcs em alta gracia,estou parabenizando pela enorme conquista e aconpanhando seu blog e ancioso pelos seus relatos de viagem pois será minha próxima meta e como espelho vou no taco da navegadora pois esta mostrou-se nao ser fraca um abraço.

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  3. chenta (indaial)8/5/10

    saudações companeiro,espero encontra-los nesta face da terra, pois só assim poder sentir a felicidade e ohar aquele sorrissos de ambos .

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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